Anonymous hackeia banco de dados russo de Roskomnadzor e vaza 360.000 documentos
O grupo Anonymous invadiu o banco de dados da Roskomnadroz, uma agência executiva federal russa responsável por censurar e monitorar a mídia no país.
O grupo hacktivista lançou mais de 360.000 arquivos ao público, chegando a 820 GB de dados que contêm muitos documentos sobre Bashkortostan, uma das maiores províncias da Rússia.
Os documentos mostram como o governo russo está censurando e minimizando seu papel na guerra da Ucrânia. Alguns dos documentos divulgados pelo Anonymous são datados de 5 de março.
De acordo com o grupo hacktivista, as atividades e ações de Roskomnadzor são de interesse público tanto na Rússia quanto em todo o mundo.
“Roskomnadzor deu instruções sobre o que pode ser dito e ordenou que os meios de comunicação excluam histórias que chamam a invasão russa da Ucrânia de invasão. Em resposta às declarações da Rússia sobre a guerra, o Roskomnadzor começou a restringir o acesso ao Facebook antes de bloqueá-lo posteriormente", disse o grupo.
No mês passado, Roskomnadzor também alertou os meios de comunicação para verificar seus relatórios sobre a guerra na Ucrânia. A agência reguladora de mídia também ameaçou suspender o acesso à Wikipédia russa por causa de artigos sobre a “invasão russa da Ucrânia".
Isso segue um padrão semelhante no passado. Devido a novas restrições e censura no país , Amazon, Discovery e WarnerBros também suspenderam as operações na Rússia. A Netflix também suspendeu seus serviços no país.
O Anonymous disse que está oferecendo esses documentos ao público para que o povo russo tenha acesso a informações “verdadeiras” depois de ser cortado da mídia internacional.
“Estamos publicando este lançamento antecipando que a Rússia será potencialmente cortada da internet global em 11 de março, e esperamos que os russos tenham tempo de baixar esses dados antes disso”, disse o grupo em comunicado no Distributed Email of Secrets.
Anonymous e outros grupos criticaram a Rússia exigindo que o governo forneça transparência sobre o que está acontecendo em Moscou e na Ucrânia.
Desde a invasão da Ucrânia, os hacktivistas têm como alvo a infraestrutura de TI russa. Esses ataques foram feitos em sites governamentais, canais de TV administrados pelo governo, como RT, e outras plataformas online.
Pesquisadores de segurança cibernética notaram que hackers lançaram ataques em larga escala em sites do governo russo e outras organizações locais, expondo dados. De acordo com pesquisadores do Website Planet, o Anonymous e outros grupos de hackers atacaram 90% dos bancos de dados russos em nuvem. Os arquivos foram substituídos por mensagens como ‘Putin pare esta guerra' ou ‘HackedByUkraine'.
Durante o conflito Rússia-Ucrânia, os hacktivistas escolhem lados na guerra enquanto lançam uma guerra cibernética por procuração. O Anonymous anunciou oficialmente que é contra o governo russo. Enquanto outro famoso grupo de ransomware, Conti e ComingProject, anunciaram seu apoio ao governo russo.
Os anúncios foram feitos depois que a Ucrânia enfrentou um ataque DDoS maciço em sites do governo. A ameaça de uma guerra cibernética intensa surge quando os russos invadem a Ucrânia.